Europa
Ocidental
Características gerais da Europa
ocidental
Os países da
Europa ocidental apresentam diferenças internas acentuadas, a maioria
resultante da Revolução Industrial. Os países que se industrializaram primeiro
- Reino Unido, França, Alemanha e Itália - constituem hoje os Estados-Nações europeus
altamente industrializados. Também podem ser incluídos nesse grupo Bélgica,
Países Baixos, Luxemburgo, Suécia, Áustria e Suíça,embora numa posição
inferior.
Há um segundo
grupo de países bastante industrializados, porém longe de alcançar o nível de
industrialização dos pioneiros da Revolução Industrial: Islândia, Noruega,
Finlândia, Espanha, Irlanda e Dinamarca. No entanto, o padrão de vida nesses
países é igualmente elevado.
Podemos ainda
reconhecer um terceiro grupo, formado por países em que o setor primário exerce
um papel muito importante na economia e cuja industrialização recente se limita
à produção de bens de consumo duráveis e não-duráveis. É o caso de Portugal e
da Grécia, que encontram no turismo outra considerável fonte de renda.
Países europeus ocidentais altamente
industrializados
Nos países
altamente industrializados - Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Bélgica,
Países Baixos, Luxemburgo, Suécia, Áustria e Suíça - encontram-se sedes de
grandes multinacionais da Europa ocidental. Essas empresas de grande porte
desenvolvem atividades industriais diversificadas, que incluem até mesmo
algumas atividades do setor primário, atualmente muito mecanizadas.
Conjugando
diferentes atividades econômicas e diferentes localizações geográficas, as multinacionais
asseguram lucros contínuos e cada vez maiores. Sua complexa organização permite
que enfrentem melhor as crises periódicas da economia mundial.
Até meados do
século XX o setor industrial empregava a maior parte de sua população economicamente
ativa*. Mas já faz algum tempo que o maior percentual de mão-de-obra se concentra
no setor terciário. Esse fenômeno resulta do complexo desenvolvimento do
processo de industrialização, que passa a exigir serviços cada vez mais
intensos e sofisticados, que vão desde a
atividade bancária até a realização de pesquisas científicas para a indústria.
A
agropecuária, embora empregue um percentual cada vez menor de trabalhadores, não
deixa de ser uma atividade econômica importante.
Países europeus ocidentais de menor
industrialização
Espanha,
Irlanda, Islândia, Noruega, Finlândia e Dinamarca fazem parte do grupo de países
com menor índice de industrialização.
A Espanha, que
exerceu no passado o papel de grande metrópole no período de expansão do
capital comercial europeu (séculos XVI e XVII), no século XX viveu uma ditadura
de quase quarenta anos comandada pelo general Franco. Em 1975 o país definiu o
atual regime político democrático, cujo processo de construção estendeu-se até
1982.
Com a
democracia, foi possível estabelecer um plano econômico de reestruturação e
modernização da indústria, particularmente nos setores siderúrgico, de
construção naval e têxtil. As exportações de tecidos, roupas e produtos de
ferro e aço, em ascensão, permitem que a Espanha importe petróleo e máquinas
industriais. A indústria petroquímica, localizada no sul, também cresce. Barcelona,
Madri e Bilbao, nessa ordem, são os maiores centros industriais. A modernização
contribuiu para o ingresso do país no Mercado Comum Europeu em 1986.
A Irlanda ou
Eire está localizada na maior parte da ilha da Irlanda. Possui uma razoável
industrialização, fortemente apoiada em investimentos estrangeiros. Estados Unidos,
Grã-Bretanha e Canadá instalaram na Irlanda filiais de suas multinacionais,
inclusive fábricas de computadores e outros produtos eletrônicos. A capital, Dublin,
é o maior centro industrial, e o turismo é uma das fontes de renda que se vem
ampliando muito no país.
A Islândia tem
como principal atividade econômica a pesca e é grande exportadora de peixes e
derivados produzidos pelas indústrias alimentícias. Na Noruega a atividade pesqueira
é também muito importante, mas a exploração de petróleo, a partir de 1970, deu
impulso à industrialização do país, que se concentra nas cidades de Oslo,
Bergen e Trondheim.
A Finlândia
extrai de suas florestas de coníferas madeira, papel e pasta de papel, produtos
até hoje importantes para exportação. Com o desenvolvimento da industrialização
após a Segunda Guerra Mundial, os produtos metalúrgicos passaram a se destacar.
Helsinque, a capital, concentra a produção industrial do país. Já a Dinamarca é
um país que desenvolve moderna atividade industrial, abrangendo equipamentos
eletrônicos, construção naval e máquinas.
Países europeus ocidentais de fraca
industrialização
Portugal e
Grécia são países da Europa ocidental que apresentam uma situação econômica e
social inferior à do restante do continente. Esses países começaram a se industrializar
recentemente. Até então, possuíam uma economia basicamente agrária.
Portugal,
embora tenha dado início à expansão ultramarina da burguesia comercial européia
ainda no começo do século XV, não desenvolveu a manufatura. Até meados do
século XX o processo de industrialização português limitou-se à pesca e ao
beneficiamento de produtos agrícolas. Com isso, Portugal não acompanhou o
desenvolvimento tecnológico da Europa ocidental.
Somente após a
Revolução dos Cravos (1974), que extinguiu um período ditatorial de quase
cinqüenta anos (o governo de Salazar), o país definiu uma política de
industrialização. Mas sua implantação, porém, encontrou várias dificuldades,
que vão desde a considerável retirada de investimentos estrangeiros diante da
instabilidade política em que vivia o país após a Revolução dos Cravos até o
retorno dos portugueses que moravam nas ex-colônias (Angola, Guiné-Bissau e
Moçambique, que se tornaram independentes em 1975).
Com a
estabilização política, os investimentos estrangeiros retornaram, atraídos
principalmente pela mão-de-obra muito barata em relação à dos demais países da
Europa ocidental. Hoje, além das indústrias de bens de consumo ainda
predominantes, Portugal possui várias indústrias de base. O crescimento do
setor secundário contribuiu decisivamente para sua integração ao Mercado Comum
Europeu em 1986. Lisboa, capital do país, é o grande centro industrial.
Na Grécia,
assim como em Portugal, o turismo continua sendo uma importante fonte de renda.
Nesse país a mão-de-obra também é atrativa pelo seu custo abaixo dos padrões
europeus. A principal indústria grega é a de construção naval.